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sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

caixa

Eu tenho um sonho
Guardado no meu bolso
Ele é simples
Um tanto velho,
Mas ainda inteiriço

Dos tantos outros
Só esse ainda acho de vez em quando

Mas hoje ele tanto me pesa
Que pudesse eu
Faria-o voar da palma de minha mão
Como um barco de papel
escorrega leitosamente
voando sem se quer remar

Com o tempo todos eles Morrem
Sonhos não podem ser apenas sonhos
Se não, já no dia seguinte
Eles acabam

Em poucas horas
Tudo não passaria de uma breve madrugada

Mas se fosse real,
Esse que agora se enrosca no meu peito,
Saberia que não esquecê-lo-ia
Em uma manhã seguinte

Pois que uma vida de sonhos
Guardados em leito
Não passa de um sangue, sem vinho
Ou de ouro, sem mel


Um comentário:

Tarcila disse...

tem uma música, chamada "Clube da Esquina II" de Milton Nascimento, que diz:

"Porque se chamavam homens
Também se chamavam sonhos
E sonhos não envelhecem
Em meio a tantos gases lacrimogênios
Ficam calmos, calmos"
Amo essa musica...