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terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Veritas

O mundo estava repleto de meias verdades e desespero, e o anestésico já não fazia efeito. A vida, em sua tão bela e complexa enormidade era rapidamente reduzida em tão pequenas palavras de insultos, criando figuras mitológicas que reduziam a todos à meras criaturas!

Tudo se tratava de ser preto ou branco, e pior, em um mundo tão grande, muitas vezes o preto é quase branco de tão preto! Tão quanto as religiões, existiam os diversos padrões contraditórios de preto e branco, nos quais certas verdades deveriam ser mais aceitas do que outras.

Na realidade era muito simples: a verdade é o que passa pela garganta, mas o que chega aos ouvidos  nem sempre o é - conceito perfeitamente biológico, evolucionista e cartesiano - tal qual isto.

Narciso ao olhar-se no espelho, não apaixonava-se pelo seu reflexo, não mesmo! O que se via era a hipocrisia do que se criticava tanto nos outros, mas que transbordava em seu caráter.

Nessa Terra, cada um se achava o heroi do pedaço, e afinal de contas ninguém queria sua vez em ser o monstro da jogada.

Sejam Bem Vindos onde o assassinato tanto era heroico quanto terrorista, apenas dependendo de qual boca o contar. O problema do mundo é simples e claro. Vou dizer a vocês.

O problema do mundo é o problema do mundo!

Sendo claro, o problema sempre é externo e independe de nós. E curiosamente independe de todos nós, sendo o problema o problema de si próprio! É a única coisa que parece plausível na relatividade das meias palavras absolutas, complexo e sistemático.

Por fim, o fim:

A verdade não será encontrada,
    Os sábios se encarregaram de criá-la.