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terça-feira, 24 de março de 2015

As vidas de todos são autênticas
e ainda assim todos vivemos iguais

a falsidade é uma ilusão de liberdade

ao não entendimento
esconde-se a verdadeira autenticidade

a beleza inexplorada
frente a construções arcaicas
são como sombras nessas cabeças vazias

mendiguemos então por mais atenção


A violência do amor
passa longe de minhas mãos

um dia inventariam outra mentira
que encobrisse o tesão com maestria

Sonhos envelhecidos de pessoas vazias
não se tornam saborosos com o tempo

O amargo dos seus copos
cadarços inteiriços e amarrados
são  flores velhas largadas em uma cova vazia

Corvos passam por minha cabeça
o trigo nasce por todos lados da cidade

Quais novas mentiras iriam semear?

Em recortes de jornais
A beleza desaparecia

A beleza e a verdade
por quê eu as diferenciaria?


Fábrica de desejos

As orquídias de plástico
secam em meu varal

seu cheiro e cores decoravam meu quintal

Das janelas fechadas, não passava nem bom dia
os raios de sol tremeluziam perante minha face pálida e vazia

o mal encarado perguntava-se pela verdade.

o que ela seria?

meu prazer?

microondas apita
a comida ainda estava fria
por que a beleza seria o que eu desejaria?

seus olhos cansados
pareciam vermelhos em um espelho
seu reflexo talvez visse mais do que seus olhos poderia
Um rapaz rachando em milhões de pedaços

quantos mais, por aí, guardariam seus espelhos quebrados?





segunda-feira, 2 de março de 2015

Conversas de janelas partidas

O mundo está cheio
De conversas tão vazias
Insistentemente preenchidas com bom dias

Abandonados em um beijo sem paixão
gravado em mensagem de celular


As palavras corriam
Inundavam os meus dias

E quanto mais estava acompanhado
Mais sozinho me sentia

Eram esses os dias






A ilusão é uma escolha
tomada por aqueles que estão sem direção

mas e você, onde se sustenta?

O mundo é uma coletânea de ilusões passageiras
Sobre o que somos,
O que queremos

E o arrenpendimento do que nunca seremos