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terça-feira, 24 de dezembro de 2019

As vezes parece já terem existidos tantos versões minhas. Hoje mesmo me lembrava de quando era o que ouvia l'impératrice em algum vagão de trem explorando a solidão européia. Essa persona agora me parece tão distante quanto outra vida, outra pessoa.

Mas seria possível sentir saudade de si mesmo? Não é como se quisesse voltar a ser o que era, de forma alguma, não depois de tanta luta para me tornar quem sou hoje. Mas essas versões prévias e irresolutas eram o que eu era, e por bastante tempo minhas únicas companhias. Sinto falta delas como sentiria de um amigo, bastava-me um fone de ouvido e estava pronto a explorar a imensidão da solidão humana.