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terça-feira, 14 de novembro de 2023

Valdomiro

Esse é o nosso túmulo
Onde selamos nossas conversas
Suas últimas palavras

Só aqui posso ainda encontrar
O que te restou

Palavras para me consolar, conselhos
Sinto muito sua falta

Obrigado por ser meu amigo, obrigado por me amar
E acima de tudo, obrigado por acreditar em mim

Nunca pude te retribuir de igual forma, me desculpe
Espero poder te reencontrar

Bom descanso, fique em paz

terça-feira, 21 de abril de 2020

Poeira das Estrelas

Em meio a tantas possibilidades me vejo
despedaçado entre tantos pedaços
depejados como letras
emaranhadas em um teclado

cada movimento de dedos
um acorde,
caminho a se seguir.

Uma nova história de lugares,
pessoas e afetos
nunca antes se quer
idealizados

e com todas essas realidades
de personas quem poderia ter sido
deleito me

como quando jovem

me deitava pensando
sobre o mistério da poeira das estrelas

e o doce céu noturno.

terça-feira, 24 de dezembro de 2019

As vezes parece já terem existidos tantos versões minhas. Hoje mesmo me lembrava de quando era o que ouvia l'impératrice em algum vagão de trem explorando a solidão européia. Essa persona agora me parece tão distante quanto outra vida, outra pessoa.

Mas seria possível sentir saudade de si mesmo? Não é como se quisesse voltar a ser o que era, de forma alguma, não depois de tanta luta para me tornar quem sou hoje. Mas essas versões prévias e irresolutas eram o que eu era, e por bastante tempo minhas únicas companhias. Sinto falta delas como sentiria de um amigo, bastava-me um fone de ouvido e estava pronto a explorar a imensidão da solidão humana.

segunda-feira, 12 de agosto de 2019

Retratos felizes
de Rosas pintadas

vejo-te respirar

mesmo que com contra tempo
não deixemos de amar

Mas se acaso pintadas são as rosas
Tal falcatro pigmento

Nem se deixe a enganar

Não há paz que não se lute
Enquanto o dia não raiar


I'm alive
am I dead?

terça-feira, 13 de novembro de 2018

Distancio-me ao entardecer
Jamais irei retornar

Pois não há só terra em que pise
Que não logo comece a afundar

Aos outros, não há espaços.
Já possuo minha solidão

Essa minha derradeira companheira
Que findará comigo nessa prisão

Os outros...
Que esqueçam

Verão-me como sépia,
um daguerréotipo perdido

e de fato, vivo
 desse passado esquecido

quinta-feira, 11 de outubro de 2018

Silencio-me ao entardecer,
já não se ouve o vento a sussurar

os pássaros da alvorada
já não os escuto cantar

por trás dos meus dedos
me deito

quando de meus lábios já não posso respirar