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sexta-feira, 19 de março de 2010

Lirismo

Em cima da montanha
O gigante desperta
Num cenário espetacular
Aonde nenhuma das regras da física
Poderia citar

O sol nascia na sua primeira vez
Iradiando a todos
Acalentando até mesmo os algozes

O calor tocava a alma
Era tempo de sonhos
E os peixes pulavam no mar
As borboletas passeavam nos bosques
Os passaros escreviam poesias no céu
E as estrelas eram visíveis em pleno dia

Assim o gigante adormeceu

O céu, a gaiola

Viver num sistema
Onde você é limitado
Preso a uma cela
Mas tem pessoas

Ou viver o voo da liberdade
Por só uma vez?

Vírus

Nascemos num local
Nos mutiplicamos
Acabamos com todos recurssos
E vamos para outro lugar

Verdadeiramente sabemos bem quem eu sou...

O último voo

O céu da alvorada
Pingando o sangue
Da ave que teve suas asas arrancadas

Agora vivendo
Na liberdade
De sua cela manicômica

Eis ave que nunca voar iria
Num mundo que nem mais céu tem
De horizontes caídos
De beijos atados a caveira realista

É pós-mordenista

Poesias

Poetas Românticos,
Arcádicos,
Barrocos ou
Clássicos

Lançando idéias
Novas da mesma forma
Que já era antes
Com características
Que sempre esteve
Em momento algum
Presente nelas.

Perguntas

Perguntas
São apenas perguntas
Perigosas elas são
Cuspindo seus venenos
Instalando a angústia
De nada entender
E também espalhando a esperança
De um dia entende-las

Quem sou eu?

Sou eu que sou
Ou o que não sou?

Estou num lugar
Que não é lugar nenhum?

Então o céu não é azul
E as estrelas não brilham, amor?

Nada disso nunca existiu
Tudo é sonho?
E sonho, reais são?

Qual a finalidade então de todo esse paradoxo?
Se tudo não passa de um quadro negro
Onde constantemente é apagado...

sábado, 6 de março de 2010

Avidus

Grito de terror
Em plena noite quente,
era o mundo.

Onde loucura nenhuma poderia ser salva
Cada um gritando de sua cela
Para um mundo de surdos,
Surdos pois todos estão gritando juntos.

Covardes são
Não admitem suas dores
Grandes de mais para eles, nós.

E cada um gritando de sua jaula
Eis verdadeira animalização do ser
Que foi preso por sua própia esperteza.

Mandatum

Escuto na rádio
músicas retratando uma paixão
músicas que nunca mais tinha ouvido
patéticas, elas eram

Romances eram pura mentira
Inúteis, fúteis

Não nego que amei
Eu amei meus amigos
Mas toda forma de paixão era reprimida
Eis a droga do ser

Hoje vejo que tudo na vida é útil
Não deveria ter reprimido o que sentia

E agora isso de paixão,
Torna a parecer impossível.

Não sofro agora
Sempre sofri
O sofrimento faz parte do ser
Dos vivos.

Ache Vere

Discursos depressivos
de quando em vez
ditos em voz suave.

Discursos vindos de uma alma que sofre
o ser humano...

É o que acontece quando o pensar é doloroso.