A dor que nunca senti
Agora vejo em seus olhos
Estaria eu a parte do mundo?
Não sabia como lidar
Qual apoio poderia dar?
Mas com os restos da humanidade que tive um dia
Lhe dou um afago e um abraço
Junto com o desejo de que algum dia
O conforto lhe seja algum lugar
Mas os mortos nunca irão voltar
terça-feira, 9 de dezembro de 2014
sexta-feira, 28 de novembro de 2014
Ressentimentos
As palavras sempre saem ásperas
Agora que tudo que fazemos parece machucar
As flores de nosso outono
Já começaram a secar
Não há mais simplicidade
Em meio à nossas intrigas
Na eterna busca por atenção
A qual nenhum de nós podemos dar
Os anos estão gastos,
Os sapatos apertados
Nossas memórias foram esquecidas
Guardadas no sotão de uma casa vazia
São os dias atuais
Em que no âmago da solidão
Agora posso me libertar
Agora que tudo que fazemos parece machucar
As flores de nosso outono
Já começaram a secar
Não há mais simplicidade
Em meio à nossas intrigas
Na eterna busca por atenção
A qual nenhum de nós podemos dar
Os anos estão gastos,
Os sapatos apertados
Nossas memórias foram esquecidas
Guardadas no sotão de uma casa vazia
São os dias atuais
Em que no âmago da solidão
Agora posso me libertar
sábado, 8 de novembro de 2014
quinta-feira, 6 de novembro de 2014
sexta-feira, 17 de outubro de 2014
sábado, 27 de setembro de 2014
Mentiras
Pudesse eu retornar da escuridão
Renascer das minhas cinzas
Natureza divina
Meus pés já não tocam o chão
Um rio escorre por entre minhas mãos
Mas a tristeza é a casa...
da euforia...
E eu apenas sorri
Quando então percebi-me ali
Que nada havia para mim
Estava enfim, a sós
......
Pudesse renascer de uma escuridão
Natureza maldita
As cinzas de minha escravidão
Não fazem de minha vida divina
Das mãos não me escorre a euforia
Sorrir
Era que me dizia
Jazia em minha casa
apenas a velha solidão
Nem só, nem pó
Um nó, um só
Bastava para então livrar
De tudo aquilo que
já não queria mais lidar
Enfim, a sós
Tristeza não dói
A verdade é pior
.......
Pudesse me livrar da escravidão
Dessas cinzas malditas
Os conselhos jamais farão de minha vida legítima
O pó eu aperto nas mãos
Minha saudade findou-se no verão
Afundando-se no mar
junto com o meu coração
Por sua oração.
......
Findar-se-á a imensidão
Por tal beleza indigna
Suas palavras jamais farão
De sua decisão legítima
Os quadros dessa prisão
Contam o que sua alma dizia
Os tempos que foram bons
Não passam de uma infância perdida
Mas não há de findar
O que não irá terminar
Seu nó se soltará
O mundo, então, voltará a aceitar
A solidão não faz de sua dor
Uma poesia legítima
Os gritos no corredor
Não passam de uma fantasia
Não há espaços para divagações
Sobre como ela se esquecia
Da imensa falsidade
Por debaixo de sua carne,
escondida
Me poupe de demagogias.
Renascer das minhas cinzas
Natureza divina
Meus pés já não tocam o chão
Um rio escorre por entre minhas mãos
Mas a tristeza é a casa...
da euforia...
E eu apenas sorri
Quando então percebi-me ali
Que nada havia para mim
Estava enfim, a sós
......
Pudesse renascer de uma escuridão
Natureza maldita
As cinzas de minha escravidão
Não fazem de minha vida divina
Das mãos não me escorre a euforia
Sorrir
Era que me dizia
Jazia em minha casa
apenas a velha solidão
Nem só, nem pó
Um nó, um só
Bastava para então livrar
De tudo aquilo que
já não queria mais lidar
Enfim, a sós
Tristeza não dói
A verdade é pior
.......
Pudesse me livrar da escravidão
Dessas cinzas malditas
Os conselhos jamais farão de minha vida legítima
O pó eu aperto nas mãos
Minha saudade findou-se no verão
Afundando-se no mar
junto com o meu coração
Por sua oração.
......
Findar-se-á a imensidão
Por tal beleza indigna
Suas palavras jamais farão
De sua decisão legítima
Os quadros dessa prisão
Contam o que sua alma dizia
Os tempos que foram bons
Não passam de uma infância perdida
Mas não há de findar
O que não irá terminar
Seu nó se soltará
O mundo, então, voltará a aceitar
A solidão não faz de sua dor
Uma poesia legítima
Os gritos no corredor
Não passam de uma fantasia
Não há espaços para divagações
Sobre como ela se esquecia
Da imensa falsidade
Por debaixo de sua carne,
escondida
Me poupe de demagogias.
domingo, 10 de agosto de 2014
Só Agosto
É só isso amor
Pegue todos seus recados
Esvazie os armários
Que nossa história agora acabou
Todos seus abraços
Foram eternizados em uma folha
Que secou
E lá fora amor
O vento sopra por meu rosto
A bruma envolta ao meu rosto
Por uma tarde em que só andei
Cansado, o sol queimava o meu corpo
Me confortava ali no peito
E cochilei no colo de Morpheus
E no fim da tarde
O sol se juntava com o mar
Viam-se as estrelas a se banhar
Era um choque da realidade
Enfim a liberdade
Já não me importava o que passou
E ainda era só Agosto
E era só Agosto
Por fim só era Agosto
Deus me livre
Deus me livre
Do seu cigarro
E mantenha-me longe do seu trago
Deus me livre do seu cálice,
Que me afaste dos seus lábios
Esqueça o seu afago
E nem a imagine com outros alguéns
Não me deixarás cair na tentação
De todo seu mal
Amém
E mantenha-me longe do seu trago
Deus me livre do seu cálice,
Que me afaste dos seus lábios
Esqueça o seu afago
E nem a imagine com outros alguéns
Não me deixarás cair na tentação
De todo seu mal
Amém
Dia de cão
Longe de mim, passa o cheio
ônibus dos errantes
Acotovela-se de lá
Acotovela-se de cá
E de repente uma paixão
Que logo irá se murchar
ao longo das estações
Dia mundo cão
sábado, 9 de agosto de 2014
Fica pra depois
Mas o que fica pra depois
É aquela comida que sobrava no sábado
um cinzeiro cheio de cigarros
Ficou pra depois
o refrigerante que esquentou
e as formigas recolhendo os farelos do que sobrou
a carta que você nunca leu
Fica pra depois
A louça abandonada
E a panela que me acompanha durante o almoço
Mas sobrou um filme antigo,
um sábado vazio
Cortinas fechadas
Um copo de água
Uma saudade que não acaba
E apenas bons amigos
É aquela comida que sobrava no sábado
um cinzeiro cheio de cigarros
Ficou pra depois
o refrigerante que esquentou
e as formigas recolhendo os farelos do que sobrou
a carta que você nunca leu
Fica pra depois
A louça abandonada
E a panela que me acompanha durante o almoço
Mas sobrou um filme antigo,
um sábado vazio
Cortinas fechadas
Um copo de água
Uma saudade que não acaba
E apenas bons amigos
quinta-feira, 31 de julho de 2014
Despedidas
Olhos, fechem-se lentamente
melancolia
Ao som da minha melodia
cortinas agora se dobram
libertando-me de minha desalforria
,e se de repente é tarde
a gente não sabia
imagina então a alegria!
mas entardece-se a maresia
e muito sorrateira, você se aproxima
como num compasso surdo e ouco
tudo já havia sido perdido
junto com meu suspiro rouco
então, já distante
seu perfume se despia
era o início de uma tarde
que se transformou
em
poesia
sábado, 5 de julho de 2014
O Homem sem Sombra (II)
6 de julho de 2008
Adoraria poder contar uma história na qual os anjos me levaram até o céu, ou como eu flutuava sobre o meu corpo, vivendo aventuras fantásticas de quase morte. Mas não, nada de fenômenos sobrenaturais para vocês, agradeçam por isso!
A verdade é que era como se ainda andasse pela praça, podia sentir Camila logo atrás de mim ainda com telefone em seu ouvido. Por quê não podia enxergar ela? Estava cego?
Empreguei toda minha força para abrir os olhos, estava em uma total escuridão. Havia algo muito estranho tocando o meu rosto. Estava desesperado e impotente. Minha mente não pensava com clareza. Eu tinha certeza de que havia alguma coisa demoníaca sobre o meu peito, roendo vorazmente a minha carne. Era exatamente como em um sonho realmente ruim de um começo de noite.
Lentamente, pude erguer um pouco das minhas pálpebras. Tudo estava extremamente claro e embaçado. Seria assim ficar cego? Havia uma silhueta sobre o meu corpo, alguém estava tocando o meu rosto! Mas eu estava tão desesperado, que o meu corpo inteiro não reagia a qualquer comando. Ouvia gritos, mas não pude escutar suas palavras. Meu coração começou bater descontroladamente, meu corpo suava. Meu corpo começara a se chocar violentamente contra a cama. Rapidamente, braços fortes começaram a me segurar, haviam enfiado algo em minha boca. Por quê estariam me torturando? O que eu fizera de tão ruim para estar ali? Estava morrendo?
De repente senti um forte dor em meu corpo, todos os meus músculos se retesaram. Pontos brancos surgiram a minha frente. Mas o que aconteceu em seguida, me pareceu totalmente involuntário. Subitamente ergui meu tronco e vomitei. Vomitei como ninguém nunca vomitou. Era como um grito desesperado escapasse por minha boca. Um animal inteiro poderia facilmente ter escapado de meu estômago no meio daquela cena. Minha respiração começou a se normalizar e pude sentir meus olhos lacrimejando. Agora alguém começara a segurar minha cabeça e injetaram alguma coisa em meu braço.
Foi extremamente perturbador, tudo o que havia do meu tronco para baixo estava, digamos, não muito apresentável depois do que aconteceu. Não preciso explicar a vocês como isso gerou outras três situações igualmente desagradáveis quando o cheiro daquilo alcançou o meu olfato.
Ironicamente, aquilo me fez despertar. Nunca tivera um olfato muito bom, na verdade ele era horrível. Minha rinite havia o deteriorado quase que completamente. Mas agora, pelo menos, podia enxergar um pouco melhor. Meus pensamentos fluíam com maior clareza, mas a claridade ainda fazia minha cabeça doer. Meu estado estava deplorável, me esforcei o máximo possível para não prestar atenção no que quer que fugira do meu estomago, despejado logo à minha frente.
Finalmente podia prestar atenção no que havia ao meu redor. Havia um técnico de enfermagem de cada lado de meu corpo e uma mulher, atrás de minha maca, aos prantos. Com certeza estava em um hospital, pensava. Era muito fácil de reconhecer: as paredes coloridas criativamente com um branco monótono e misturadas com quadros de crianças fantasiadas de flores, obviamente um leito de hospital. Vocês poderiam concluir então, com toda a lógica e segurança que a inteligência de seus cérebros podem permitir, que aquela mulher, que estava logo a minha frente, seria a minha mãe. Eu realmente queria que fosse ela, mas você não faz ideia.
Eu não fazia ideia de quem estava ali.
Adoraria poder contar uma história na qual os anjos me levaram até o céu, ou como eu flutuava sobre o meu corpo, vivendo aventuras fantásticas de quase morte. Mas não, nada de fenômenos sobrenaturais para vocês, agradeçam por isso!
A verdade é que era como se ainda andasse pela praça, podia sentir Camila logo atrás de mim ainda com telefone em seu ouvido. Por quê não podia enxergar ela? Estava cego?
Empreguei toda minha força para abrir os olhos, estava em uma total escuridão. Havia algo muito estranho tocando o meu rosto. Estava desesperado e impotente. Minha mente não pensava com clareza. Eu tinha certeza de que havia alguma coisa demoníaca sobre o meu peito, roendo vorazmente a minha carne. Era exatamente como em um sonho realmente ruim de um começo de noite.
Lentamente, pude erguer um pouco das minhas pálpebras. Tudo estava extremamente claro e embaçado. Seria assim ficar cego? Havia uma silhueta sobre o meu corpo, alguém estava tocando o meu rosto! Mas eu estava tão desesperado, que o meu corpo inteiro não reagia a qualquer comando. Ouvia gritos, mas não pude escutar suas palavras. Meu coração começou bater descontroladamente, meu corpo suava. Meu corpo começara a se chocar violentamente contra a cama. Rapidamente, braços fortes começaram a me segurar, haviam enfiado algo em minha boca. Por quê estariam me torturando? O que eu fizera de tão ruim para estar ali? Estava morrendo?
De repente senti um forte dor em meu corpo, todos os meus músculos se retesaram. Pontos brancos surgiram a minha frente. Mas o que aconteceu em seguida, me pareceu totalmente involuntário. Subitamente ergui meu tronco e vomitei. Vomitei como ninguém nunca vomitou. Era como um grito desesperado escapasse por minha boca. Um animal inteiro poderia facilmente ter escapado de meu estômago no meio daquela cena. Minha respiração começou a se normalizar e pude sentir meus olhos lacrimejando. Agora alguém começara a segurar minha cabeça e injetaram alguma coisa em meu braço.
Foi extremamente perturbador, tudo o que havia do meu tronco para baixo estava, digamos, não muito apresentável depois do que aconteceu. Não preciso explicar a vocês como isso gerou outras três situações igualmente desagradáveis quando o cheiro daquilo alcançou o meu olfato.
Ironicamente, aquilo me fez despertar. Nunca tivera um olfato muito bom, na verdade ele era horrível. Minha rinite havia o deteriorado quase que completamente. Mas agora, pelo menos, podia enxergar um pouco melhor. Meus pensamentos fluíam com maior clareza, mas a claridade ainda fazia minha cabeça doer. Meu estado estava deplorável, me esforcei o máximo possível para não prestar atenção no que quer que fugira do meu estomago, despejado logo à minha frente.
Finalmente podia prestar atenção no que havia ao meu redor. Havia um técnico de enfermagem de cada lado de meu corpo e uma mulher, atrás de minha maca, aos prantos. Com certeza estava em um hospital, pensava. Era muito fácil de reconhecer: as paredes coloridas criativamente com um branco monótono e misturadas com quadros de crianças fantasiadas de flores, obviamente um leito de hospital. Vocês poderiam concluir então, com toda a lógica e segurança que a inteligência de seus cérebros podem permitir, que aquela mulher, que estava logo a minha frente, seria a minha mãe. Eu realmente queria que fosse ela, mas você não faz ideia.
Eu não fazia ideia de quem estava ali.
sexta-feira, 4 de julho de 2014
O Homem sem Sombra (I)
25 de junho de 2012
Estou cansado de guardar meus segredos, cansado da solidão de minhas mentiras. O fato é que a verdade sobre minha vida é estranha e inconveniente. Na verdade, inverossímil seria uma boa descrição para ela.
Ninguém nunca acreditará no que aconteceu comigo, isso é um fato. Contudo, isso não me impedirá de descrever como apenas um passo em falso acabou com minha vida, assim como esse fim demonstrou-se ser apenas o começo dos meus problemas.
Espero que alguém encontre esses relatos, mesmo que minha vida agora não passe de uma ficção. Mas certas coisas são tão incríveis que merecem ser lembradas.
Na esperança de que alguém tenha encontrado meus pensamentos, peço licença a você leitor, para que voltemos ao começo desta história.
de volta à 2008
Meu nome é Carlos.
"Quem sou eu?", perguntava-me enquanto olhava no espelho. Era decepcionante - Odeio o seu semblante exposto em meu reflexo, sempre a olhar em meus olhos -" Como poderia não ser ninguém e ainda estar preso àquela figura magra de expressão vazia? "
"Não sou mais jovem como antes, estou prestes a fazer 21 anos. Os anos tem passado muito rápido, tenho medo que chegue o dia em que já não possa mais adiar o dia em que começarei minha vida. E não exista mais vida para ser começada."
Essa é uma boa visão do que existia em meu pequeno diário pessoal. É incrível como podemos ser tão bons em pensar as coisas mais cruéis sobre nós mesmos, nisso eu era extremamente bom.
Mas eu não era uma pessoa infeliz, tinha amigos. Eram poucos, mas eram os necessários como pude vir a entender algum tempo depois.
De qualquer forma, a única história que merece ser contada é justamente o que foi meu aniversário de 21 anos.
25 de junho de 2008
Era uma sexta-feira como todas as outras, tinha aula o dia inteiro, era meu primeiro ano como aluno de Direito assim como o primeiro ano em que pude ver como nosso tempo livre rapidamente se torna uma vaga lembrança de tempos remotos. Mas eu estava eufórico, iria matar as aulas à tarde.
Matar aulas era uma das atividades mais prazerosas da minha vida, principalmente quando era com Camila, uma das poucas pessoas necessárias em minha vida. Esquecíamos de nossa vida acadêmica enquanto andávamos por uma pequena praça que havia perto de casa.
- Feliz aniversário - Falou-me socando o braço.
- Você sabe que não gosto de aniversários, mas se vai dar parabéns pelo menos me abraça né porra?! - Ambos ríamos enquanto ela me dava um abraço sufocante.
- Carlos, posso te fazer uma pergunta?
- Mas você já fez uma idiota!
- Se lenhe! - dissera ela rindo - Mas sério, onde você se vê daqui a 21 anos? - "Eu teria 41 anos", pensava. Que tipo de vida levaria? Estaria trabalhando? Ainda haveria alguém em minha vida? A verdade é que provavelmente estaria no mesmo lugar que passara os 21 anos anteriores. Se não havia mudado até ali, por que mudaria? Com sorte seria um forever alone acumulador de gatos.
- Espero estar longe daqui, rico, com minha própria casa, um estúdio musical e três livros publicados - Menti a ela.
- Quando você chegar na parte do rico você volta a me procurar pra gente casar, tá? - Falou dando-me um leve tapinha na cara, ambos rimos.
Conversamos pelo o que se pareceram horas, sentados em um dos bancos da praça. Quando o sol já enfraquecia, fomos para a estação central para podermos ir pra casa.
Certas coisas acontecem muito rápido para se ter qualquer reação. Um motorista distraiu-se com o seu celular e subiu a calçada. Podia ver tudo acontecendo lentamente, como em meus pesadelos. Camila ficara um pouco mais atrás de mim, enquanto atendia um telefonema. Eu apenas vi os faróis vindo em minha direção, como se estivesse na beira de um abismo. Havia uma sensação louca enquanto via aquelas luzes se aproximarem. Um grito cortado no ar. E havia sido engolido pela escuridão.
"Liberdade"
mera ilusão.
Estou cansado de guardar meus segredos, cansado da solidão de minhas mentiras. O fato é que a verdade sobre minha vida é estranha e inconveniente. Na verdade, inverossímil seria uma boa descrição para ela.
Ninguém nunca acreditará no que aconteceu comigo, isso é um fato. Contudo, isso não me impedirá de descrever como apenas um passo em falso acabou com minha vida, assim como esse fim demonstrou-se ser apenas o começo dos meus problemas.
Espero que alguém encontre esses relatos, mesmo que minha vida agora não passe de uma ficção. Mas certas coisas são tão incríveis que merecem ser lembradas.
Na esperança de que alguém tenha encontrado meus pensamentos, peço licença a você leitor, para que voltemos ao começo desta história.
de volta à 2008
Meu nome é Carlos.
"Quem sou eu?", perguntava-me enquanto olhava no espelho. Era decepcionante - Odeio o seu semblante exposto em meu reflexo, sempre a olhar em meus olhos -" Como poderia não ser ninguém e ainda estar preso àquela figura magra de expressão vazia? "
"Não sou mais jovem como antes, estou prestes a fazer 21 anos. Os anos tem passado muito rápido, tenho medo que chegue o dia em que já não possa mais adiar o dia em que começarei minha vida. E não exista mais vida para ser começada."
Essa é uma boa visão do que existia em meu pequeno diário pessoal. É incrível como podemos ser tão bons em pensar as coisas mais cruéis sobre nós mesmos, nisso eu era extremamente bom.
Mas eu não era uma pessoa infeliz, tinha amigos. Eram poucos, mas eram os necessários como pude vir a entender algum tempo depois.
De qualquer forma, a única história que merece ser contada é justamente o que foi meu aniversário de 21 anos.
25 de junho de 2008
Era uma sexta-feira como todas as outras, tinha aula o dia inteiro, era meu primeiro ano como aluno de Direito assim como o primeiro ano em que pude ver como nosso tempo livre rapidamente se torna uma vaga lembrança de tempos remotos. Mas eu estava eufórico, iria matar as aulas à tarde.
Matar aulas era uma das atividades mais prazerosas da minha vida, principalmente quando era com Camila, uma das poucas pessoas necessárias em minha vida. Esquecíamos de nossa vida acadêmica enquanto andávamos por uma pequena praça que havia perto de casa.
- Feliz aniversário - Falou-me socando o braço.
- Você sabe que não gosto de aniversários, mas se vai dar parabéns pelo menos me abraça né porra?! - Ambos ríamos enquanto ela me dava um abraço sufocante.
- Carlos, posso te fazer uma pergunta?
- Mas você já fez uma idiota!
- Se lenhe! - dissera ela rindo - Mas sério, onde você se vê daqui a 21 anos? - "Eu teria 41 anos", pensava. Que tipo de vida levaria? Estaria trabalhando? Ainda haveria alguém em minha vida? A verdade é que provavelmente estaria no mesmo lugar que passara os 21 anos anteriores. Se não havia mudado até ali, por que mudaria? Com sorte seria um forever alone acumulador de gatos.
- Espero estar longe daqui, rico, com minha própria casa, um estúdio musical e três livros publicados - Menti a ela.
- Quando você chegar na parte do rico você volta a me procurar pra gente casar, tá? - Falou dando-me um leve tapinha na cara, ambos rimos.
Conversamos pelo o que se pareceram horas, sentados em um dos bancos da praça. Quando o sol já enfraquecia, fomos para a estação central para podermos ir pra casa.
Certas coisas acontecem muito rápido para se ter qualquer reação. Um motorista distraiu-se com o seu celular e subiu a calçada. Podia ver tudo acontecendo lentamente, como em meus pesadelos. Camila ficara um pouco mais atrás de mim, enquanto atendia um telefonema. Eu apenas vi os faróis vindo em minha direção, como se estivesse na beira de um abismo. Havia uma sensação louca enquanto via aquelas luzes se aproximarem. Um grito cortado no ar. E havia sido engolido pela escuridão.
"Liberdade"
mera ilusão.
segunda-feira, 23 de junho de 2014
De você, para mim
sonhei com algo no mundo, certo agora estou de que era poder
sim, eu fantasiei, vivi em um sonho
histórias de um mundo perfeito
e eu não era só, era apenas eu mesmo
Posso ver que há algo em mim
Que quer cantar...para os ventos, e almas
tudo aquilo que restou em mim
que vivo reprimindo....
são cantos do passarinho para o vento
a dor na dor do beija-flor
o que quero falar está em mim
mas o medo, me reprime
e sempre volto atrás, de um mim
que me oprime
o eu sem ideais
o eu sem paixão
Sou o eu racional,
mas não eu mesmo
eu mesmo não.
sim, eu fantasiei, vivi em um sonho
histórias de um mundo perfeito
e eu não era só, era apenas eu mesmo
Posso ver que há algo em mim
Que quer cantar...para os ventos, e almas
tudo aquilo que restou em mim
que vivo reprimindo....
são cantos do passarinho para o vento
a dor na dor do beija-flor
o que quero falar está em mim
mas o medo, me reprime
e sempre volto atrás, de um mim
que me oprime
o eu sem ideais
o eu sem paixão
Sou o eu racional,
mas não eu mesmo
eu mesmo não.
O lado escuro da vida
Sou o que sou e tudo aquilo que não sou
E tudo aquilo que vislumbro e temo
Sou também o que aprendo
Mas também o que esqueço
Certo que são desejos
Mas serão valiosos?
Lagrimas brilhantes, sim,
mas apenas água e sal
De uma dor inventada?
O que quero?
O que será?
Sonhar? Viver? Ou existir?
Novamente não sei, sou o que sou
ou tudo aquilo que não sou?
Ambos poderão existir
Ou serei uma eterna crise?
Interrogações de uma época que foram exclamações de uma realeza
que não era real, realmente o que se via.
Soul
Sou a dúvida
Dúvida curiosa.
O ser que pensava,
sentia e desejava,
Derrepente exclamava
-Eis vida ingrata!
-Eis desvinda desgrata!
Dúvida curiosa.
O ser que pensava,
sentia e desejava,
Derrepente exclamava
-Eis vida ingrata!
-Eis desvinda desgrata!
quarta-feira, 11 de junho de 2014
Versos Livres
Não há nada que se possa esperar dormindo quando se pode estar sonhando
Exceto os que trabalham
O dia já amanhece rápido para aqueles que estão atrasados
Arrasados e cansados com o que não podem comprar
O café de ontem está gelado,
E o de amanhã também estará
A cafeína já não passa pelo seu corpo
E seu cansaço só aumenta,
fadigas escurecem
logo abaixo dos seus olhos
O seu espelho já não esconde,
A loucura são vistas nas verrugas
Seus dentes estão amarelos, seus cabelos, fritados
Está pálido e ainda lhe faltam muitos anos
Anos para se formar, para trair
Para beber, e o mais importante.
Mentir
A mentira garantirá as verdades de sua vida
Você não sabe quem você é,
e ninguém saberá
Mas não existe alguém para se "ser"
Só uma fugaz expectativa que empurramos a nós mesmos
Os porcos se travestem de macacos que usam máscaras de burros
escondidos atrás de fumo acendido por dinheiro
E as conversas já perdem o sentido
quando as palavras são barradas pelos seus tímpanos
Mas nem tudo deve ser ouvido
Algumas vezes merece ser cuspido
As vezes também tudo poderia ser mais simples
Se nós dois fôssemos sinceros
Por quê sempre fingir
quando o contrário se é?
Fim da Tarde
São pelas noites que eu tento me lembrar
Aonde fica o meu lugar
Se durante o dia eu estou com os tolos
Aonde vou chegar?
No meu almoço, já não sinto
o gosto do seu paladar
Mas no fim da tarde, como se já não bastasse
ainda quero voar
Aonde fica o meu lugar
Se durante o dia eu estou com os tolos
Aonde vou chegar?
No meu almoço, já não sinto
o gosto do seu paladar
Mas no fim da tarde, como se já não bastasse
ainda quero voar
quinta-feira, 10 de abril de 2014
Velhas Contas
Havia uma janela por trás da porta
uma moeda girava em seu parapeito
distante podia-se encontrar uma macieira
Tão velha que seus galhos retesavam-se no chão
um esquilo corria apressado
e uma cigarra havia se enterrado em seu casco
De repente via-se a lama
chovera durante a madrugada
mas a tempestade lhe distrai
poderia ver os pingos de chuvas de sua cama?
escutava-se um tic-tac perdido pela casa
Já não se sabia que horas eram
o chão a muito não era penteado
seus cabelos nunca foram varridos
o forno deixara de se alimentar,
comer já não o aqueceria
mas se esquecia em poucos
por isso contava cada moeda que havia em seus bolsos
Triste miséria, um deles havia sido rompido
não por pouco, mas alguns tustões
não tirariam seus dedos do bolso,
Pior que a verdade é a feitiçaria
se tão logo soubesse que uma moeda sumiria
domingo, 23 de fevereiro de 2014
sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014
se nessa terra não chover
eu não vou voltar
minha garganta se enche de teia
só de pensar em gritar
Tome um pouco de areia
Desempreste-se um pouco da sua atenção
O tempo se esvai pela sede
Que tu tens da desatenção
Corteje a sua vida vazia
cheia de pequenas mentiras
a lógica das falácias
transborda nas ideologias
Ao menos os olhos acertam quando não veem
o que se passara no último mês
As verdades não estão nos jornais
Nem mesmo dentro das TVs
sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014
Justiça
Art. 301. Qualquer do povo poderá e as autoridades policiais e seus agentes deverão prender quem quer que seja encontrado em flagrante delito.
Art.302. Todos os animais são iguais, mas alguns são mais iguais do que outros.
Art.302. Todos os animais são iguais, mas alguns são mais iguais do que outros.
segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014
Ah Amado, as histórias se repetem
Jovem é preso
Após a Cultura furtar
[Não fosse pouco a ousadia]
Fez-se falta à livraria
Três livros
e uma enciclopédia
Mas não se abale, seu João
Ele só queria estudar
Até mesmo um capitão
O mundo quer explorar
Mas Bahia meu velho...
O julgamento dos capitães da areia voltarão a enfrentar.
Após a Cultura furtar
[Não fosse pouco a ousadia]
Fez-se falta à livraria
Três livros
e uma enciclopédia
Mas não se abale, seu João
Ele só queria estudar
Até mesmo um capitão
O mundo quer explorar
Mas Bahia meu velho...
O julgamento dos capitães da areia voltarão a enfrentar.
A Bahia dos Capitães
Os lordes da praia irão voltar
De volta para as camas de suas amantes
Em seus ternos seios arfar
E os bem vestidos que cuidem das suas carteiras
Da ladeira da montanha
Descem os capitães em fileiras
Os velhos tempos irão voltar
Junto com ao vento vadiar
Com suas navalhas cortantes
Até mesmo os estivadores desafiar
E quando à noite estrelada
Avistar-se o mar
De cada grão
Surgirá seu lar
Os capitães irão voltar
De volta para as camas de suas amantes
Em seus ternos seios arfar
E os bem vestidos que cuidem das suas carteiras
Da ladeira da montanha
Descem os capitães em fileiras
Os velhos tempos irão voltar
Junto com ao vento vadiar
Com suas navalhas cortantes
Até mesmo os estivadores desafiar
E quando à noite estrelada
Avistar-se o mar
De cada grão
Surgirá seu lar
Os capitães irão voltar
domingo, 26 de janeiro de 2014
Ordo ab Chao I
“Não criamos este medicamento para os indianos, mas para os ocidentais que podem pagar por ele”
domingo, 5 de janeiro de 2014
Borboletas no aquário
Rabiscos perdidos
De um velho iludido
Talvez sem régua
Não seria tão risível
Se escrevesse a verdade
Encontraria sua criatividade
Mas em seu quarto falhara
Afundado na banalidade
Em sua janela, tão bela
Uma flor era esquecida
E o sol e a lua, seguiam-se em subidas
e descidas
Um peixe nadava em seu aquário
A muito não era alimentado
E embaixo um tapete velho e empoeirado
Começava a ficar embolorado
Seus cabelos encresparam
Caindo sobre os olhos
Mas a sós na madrugada
Esses já não choram
O fronte da velha maçã dourada
Descascava-se em outras cores
Até que por uma manhã muito engraçada
Simplesmente evaporou
De um velho iludido
Talvez sem régua
Não seria tão risível
Se escrevesse a verdade
Encontraria sua criatividade
Mas em seu quarto falhara
Afundado na banalidade
Em sua janela, tão bela
Uma flor era esquecida
E o sol e a lua, seguiam-se em subidas
e descidas
Um peixe nadava em seu aquário
A muito não era alimentado
E embaixo um tapete velho e empoeirado
Começava a ficar embolorado
Seus cabelos encresparam
Caindo sobre os olhos
Mas a sós na madrugada
Esses já não choram
O fronte da velha maçã dourada
Descascava-se em outras cores
Até que por uma manhã muito engraçada
Simplesmente evaporou
Amor de Verão
Parta meu coração,
mas encontre um novo verão
Afaste-se e há de viver
Pois nesse lugar, alguém já morreu
mas encontre um novo verão
Afaste-se e há de viver
Pois nesse lugar, alguém já morreu
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