Pudesse eu retornar da escuridão
Renascer das minhas cinzas
Natureza divina
Meus pés já não tocam o chão
Um rio escorre por entre minhas mãos
Mas a tristeza é a casa...
da euforia...
E eu apenas sorri
Quando então percebi-me ali
Que nada havia para mim
Estava enfim, a sós
......
Pudesse renascer de uma escuridão
Natureza maldita
As cinzas de minha escravidão
Não fazem de minha vida divina
Das mãos não me escorre a euforia
Sorrir
Era que me dizia
Jazia em minha casa
apenas a velha solidão
Nem só, nem pó
Um nó, um só
Bastava para então livrar
De tudo aquilo que
já não queria mais lidar
Enfim, a sós
Tristeza não dói
A verdade é pior
.......
Pudesse me livrar da escravidão
Dessas cinzas malditas
Os conselhos jamais farão de minha vida legítima
O pó eu aperto nas mãos
Minha saudade findou-se no verão
Afundando-se no mar
junto com o meu coração
Por sua oração.
......
Findar-se-á a imensidão
Por tal beleza indigna
Suas palavras jamais farão
De sua decisão legítima
Os quadros dessa prisão
Contam o que sua alma dizia
Os tempos que foram bons
Não passam de uma infância perdida
Mas não há de findar
O que não irá terminar
Seu nó se soltará
O mundo, então, voltará a aceitar
A solidão não faz de sua dor
Uma poesia legítima
Os gritos no corredor
Não passam de uma fantasia
Não há espaços para divagações
Sobre como ela se esquecia
Da imensa falsidade
Por debaixo de sua carne,
escondida
Me poupe de demagogias.