Não escutava bem as pessoas, era um sufoco conviver com alguém quando minhas otites atacavam. Meus ouvidos inflamavam, às vezes sentia dor, outras não. Por não bem entende-las, muitos pouco faziam pouco de mim, ironizavam minhas trapalheiras e me achavam até bobo por não dar atenção às mesmas coisas que elas davam.
Mas com o tempo, meus ouvidos já não podiam ser usados como desculpas, embora continuassem a inflamar. Com o tempo descobri a liberdade que somente existe quando se esta só, bem como sua gêmea solidão. O convívio revelara-se uma pressão crescente sobre meus ombros, e chegar em casa era aliviador. Contudo, aos que não descobriram a felicidade de serem elas mesmas, assim como eu não descobri, cedo ou tarde enfrentarão a solidão e a ansiedade de se estar só.
De repente, o que era tão libertador, começava a se tornar uma estranha prisão. Nada ser, nada querer. A ansiedade crescente que é se tornar inexistente. Já não tinha boas palavras para usar, não tinha sentimentos a desenhar, nem ideias que lutassem dentro de mim. E ao mesmo tempo, aprendi a apreciar o silêncio.
Passamos tanto tempo falando, desejando desesperadamente a atenção dos outros sobre nossas ideias, em um mundo onde nossas vidas se tornaram uma coletânea de fotos, postadas em redes sociais, com o secreto intuito de sermos apreciado e desejado pelo o que supostamente somos. Mas com que será que realmente sonhamos?
São tantas horas arrumando cabelos, usando boas roupas, perfumes, maquiagem, depilações e giletes. Sinto muito, mas é impossível, para mim, crer que tudo isso seja feita por satisfação própria. E ai de você, reles mortal, que não o faça! Qualquer fraquejo que dê, falarão por suas costas. Estamos vivendo em um reality show.
Então, no meio disso tudo, será que sei realmente quem eu sou? Tudo que faço tornou-se seguido por um inconveniente "por quê?". Nem meus desenhos, dos quais de repente comecei a postar fotos na internet, eram inocentes.
Não é a toa que estar só me parece tão libertador. Mesmo nos piores momentos de solidão, ao menos tenho certeza de que esta é verdadeira. Talvez, todos nós sintamos essa solidão de sermos o vazio que somos, mas não tenhamos coragem de assumi-la.
E novamente me pergunto, quem sou eu no meio disso?
Eu não sei! Estou cansado de pensar sobre isso. Mas se você, caro aleatório, que me leu até aqui, lhe convido a pensar sobre o mesmo, se é que já não pensa!
domingo, 27 de dezembro de 2015
segunda-feira, 14 de dezembro de 2015
Vida vazia
me ocupa
e consigo traz solidão,
minha companhia.
e se mesmo tão longe
ainda sou o mesmo
tão longe estarei
onde quer que eu esteja.
podem fugir de suas tristezas
Mas essas são as únicas que me são verdadeiras
versos, quadros e quiçá canções
são as que cobrem e me confortam durante o sono
Meu mundo é escuro e empoeirado
Mas a noite o céu é sempre estrelado
quinta-feira, 15 de outubro de 2015
segunda-feira, 20 de julho de 2015
Se meu coração se parte quando não te vejo
E me arrependo quando já me escapa pelos dedos
Lembro-me que estou indo embora
E o tempo que tínhamos
Encerrou-se junto aoss meus medos
Seu abraço, seu cheiro
Por eles jamais serei encontrado
Por isso a versos mortos recorro
Nos quais os poetas só fazem suspirar
E me arrependo quando já me escapa pelos dedos
Lembro-me que estou indo embora
E o tempo que tínhamos
Encerrou-se junto aoss meus medos
Seu abraço, seu cheiro
Por eles jamais serei encontrado
Por isso a versos mortos recorro
Nos quais os poetas só fazem suspirar
sábado, 18 de julho de 2015
quinta-feira, 16 de julho de 2015
Escolhas por acaso
Alguns dias decido pelos meus sentimentos
E outros pela dita racionalidade
Mas na maior parte das vezes
Vence o meu cansaço
E outros pela dita racionalidade
Mas na maior parte das vezes
Vence o meu cansaço
Casa
As vezes me parecia felicidade
Outras vezes era só solidão
E das quantas vezes que achei-me irritado
Apenas afundava em meus sarcasmos
Outras vezes era só solidão
E das quantas vezes que achei-me irritado
Apenas afundava em meus sarcasmos
segunda-feira, 22 de junho de 2015
Centeio, ó trigo
que cresces em cada por do sol
cresces por toda parte
agora que já é tarde
raios de sol esquentaram a minha face
por momentos em que não estava só
Mas sol começara a se por
em seus cabelos a se enrolar
meu frio atingia sua vida
que o quanto antes começara a drenar
A solidão é a verdade
a beleza
liberdade
o trigo nasce por todas as partes
corvos a voar
voar
voar
domingo, 24 de maio de 2015
Condicional - O Amor
Olha pro céu meu amor
Vê que o sol apagou
Mas que o mundo girou
E sua vida não acabou
Olha pro seu coração
Caído em pedaços no chão
Carregue-o então
Com suas próprias mãos
E quem lhe dirá, quando acabar?
Só deus sabe do que somos capaz
De só delirar e errar
Mentir, cuspir, matar
Não se engane, com a lógica
Não se perca, com as drogas
Não aceite ser incapaz
Vivemos pelo jamais
Então
Se caso percas
Algum motivo
e lhe seja inconsolável.
ò, minha cara burra
então
por que subordinou sua liberdade?
Vê que o sol apagou
Mas que o mundo girou
E sua vida não acabou
Olha pro seu coração
Caído em pedaços no chão
Carregue-o então
Com suas próprias mãos
E quem lhe dirá, quando acabar?
Só deus sabe do que somos capaz
De só delirar e errar
Mentir, cuspir, matar
Não se engane, com a lógica
Não se perca, com as drogas
Não aceite ser incapaz
Vivemos pelo jamais
Então
Se caso percas
Algum motivo
e lhe seja inconsolável.
ò, minha cara burra
então
por que subordinou sua liberdade?
segunda-feira, 20 de abril de 2015
Mordomo
Senhor pega este copo e traz para mim
Pois deste conteúdo quero provar
Traz pra mim o que trouxe ao bar
Pois quero provar cada pedaço
Desta biblioteca sem fim
Senhor mordomo
Olha estes quadros
Quantas cenas foram vividas
Quantas vidas realizadas
Num brevíssimo ato
Que é o teatro da vida
Como pode Senhor mordomo
Como pode apenas ter essa brevíssima existência
Com esta adega sem fim
Que mal comecei a experimentar?
Da a mim, Senhor mordomo
Mais que um século
Pois quero provar
Cada pedaço
Desta minha existência alvorar
Ah! mordomia, esse jogo um dia ainda vai virar...
Em seu negro vestido
luz banhava,
A dama da lua
Seus olhos cansados
Refletiam-se nos que ainda estavam acordados
banhando-se no sereno da rua
E no horário sagrado
Os bêbados, decadentes
Poetas e melancólicos
Juntavam as mãos
Junto a marcha da lua
que agora desaparecia sobre o alvorecer de um novo dia
quinta-feira, 16 de abril de 2015
Ao remetente
Aonde estarás com o pensamento?
Minha saudade pergunta
Continua sua curiosidade sobre o mundo?
Quem você se tornou?
A você, toda a sorte
velho amigo
Minha saudade pergunta
Continua sua curiosidade sobre o mundo?
Quem você se tornou?
A você, toda a sorte
velho amigo
quarta-feira, 25 de março de 2015
terça-feira, 24 de março de 2015
A violência do amor
passa longe de minhas mãos
um dia inventariam outra mentira
que encobrisse o tesão com maestria
Sonhos envelhecidos de pessoas vazias
não se tornam saborosos com o tempo
O amargo dos seus copos
cadarços inteiriços e amarrados
são flores velhas largadas em uma cova vazia
Corvos passam por minha cabeça
o trigo nasce por todos lados da cidade
Quais novas mentiras iriam semear?
Em recortes de jornais
A beleza desaparecia
A beleza e a verdade
por quê eu as diferenciaria?
passa longe de minhas mãos
um dia inventariam outra mentira
que encobrisse o tesão com maestria
Sonhos envelhecidos de pessoas vazias
não se tornam saborosos com o tempo
O amargo dos seus copos
cadarços inteiriços e amarrados
são flores velhas largadas em uma cova vazia
Corvos passam por minha cabeça
o trigo nasce por todos lados da cidade
Quais novas mentiras iriam semear?
Em recortes de jornais
A beleza desaparecia
A beleza e a verdade
por quê eu as diferenciaria?
Fábrica de desejos
As orquídias de plástico
secam em meu varal
seu cheiro e cores decoravam meu quintal
Das janelas fechadas, não passava nem bom dia
os raios de sol tremeluziam perante minha face pálida e vazia
o mal encarado perguntava-se pela verdade.
o que ela seria?
meu prazer?
microondas apita
a comida ainda estava fria
por que a beleza seria o que eu desejaria?
seus olhos cansados
pareciam vermelhos em um espelho
seu reflexo talvez visse mais do que seus olhos poderia
Um rapaz rachando em milhões de pedaços
quantos mais, por aí, guardariam seus espelhos quebrados?
segunda-feira, 2 de março de 2015
Conversas de janelas partidas
O mundo está cheio
De conversas tão vazias
Insistentemente preenchidas com bom dias
Abandonados em um beijo sem paixão
gravado em mensagem de celular
As palavras corriam
Inundavam os meus dias
E quanto mais estava acompanhado
Mais sozinho me sentia
Eram esses os dias
De conversas tão vazias
Insistentemente preenchidas com bom dias
Abandonados em um beijo sem paixão
gravado em mensagem de celular
As palavras corriam
Inundavam os meus dias
E quanto mais estava acompanhado
Mais sozinho me sentia
Eram esses os dias
domingo, 22 de fevereiro de 2015
quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015
Viva a ultraviolência coletiva
Olha lá
Aqueles que nem param pra sorrir
Mas não chora
Pois até a pior das tristezas vai embora
E em meio às decadências
às vezes falta-lhe um amigo
conversas rápidas e um abrigo
na sociedade das desilusões
Então não castigue
nem afague
Apenas chore e sorria
pela vida que é mais bela do que se imagina
Aqueles que nem param pra sorrir
Mas não chora
Pois até a pior das tristezas vai embora
E em meio às decadências
às vezes falta-lhe um amigo
conversas rápidas e um abrigo
na sociedade das desilusões
Então não castigue
nem afague
Apenas chore e sorria
pela vida que é mais bela do que se imagina
segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015
Sopro
Eterno passo belo
olhos na estação
depressa, deselegante
ia embora a embarcação
Ó deus o que eu faria
jamais seria alegria
se não viesse sofrida...
olhos na estação
depressa, deselegante
ia embora a embarcação
Ó deus o que eu faria
jamais seria alegria
se não viesse sofrida...
Chá para Jasmim
Vai lá
mas diga que não volta
pois já não posso esperar
e se o inverno passar
a dor curar
e o sol surgir
eu estarei por aí
com meu velho sapato
um bolso furado
e a saudade de ti
mas diga que não volta
pois já não posso esperar
e se o inverno passar
a dor curar
e o sol surgir
eu estarei por aí
com meu velho sapato
um bolso furado
e a saudade de ti
quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015
domingo, 1 de fevereiro de 2015
Correios
Não há tempo para ser feliz
Fácil seria comprar o que você sempre quis
Mas há coisas que nem se vendem em leilão
Se não causava inflação
ou não
Esperas alguma coisa do seu redor
Talvez as coisas estejam de mal a pior
Mas sempre você pode piorar
Cantando piolhos dos Jornais
Porquê
Da onde será que vem o tiro?
Será um grito?
Nem sei
Se amanhã
ainda estarei vivo
Mas não importa
Por que no final
Continuará
sendo
Eu
E que diferença fará?
Fácil seria comprar o que você sempre quis
Mas há coisas que nem se vendem em leilão
Se não causava inflação
ou não
Esperas alguma coisa do seu redor
Talvez as coisas estejam de mal a pior
Mas sempre você pode piorar
Cantando piolhos dos Jornais
Porquê
Da onde será que vem o tiro?
Será um grito?
Nem sei
Se amanhã
ainda estarei vivo
Mas não importa
Por que no final
Continuará
sendo
Eu
E que diferença fará?
Cálcio pros Ossos
Etérea é nossa alma
Tão bela e macia
Quem dirá, a cheirosa
Alva alegria
Somente sobrará
Durante a pós vida
Adubas então
Sua casca vazia
Semeia as mentiras
E espera brotar
Quem sabe virá
A justiça final
Copo Vazio
As tuas curvas às vezes
Terminam em contramão
Cuidado
O bom pode ser ilusão
Ilusão tão passageira
Quanto o toque de suas mãos
e
Em Palavras de amor
ainda existia a traição
Terminam em contramão
Cuidado
O bom pode ser ilusão
Ilusão tão passageira
Quanto o toque de suas mãos
e
Em Palavras de amor
ainda existia a traição
o mar
Havia o mar
E aqueles que queriam velejar
Mas só as tormentas eram enxergadas
Daqueles que viriam por se afogar
Ao começo de um novo dia
Mas se isso importa
Tampouco cabe a dizer
Somente que o mar
Não verá um dia a nascer
E aqueles que queriam velejar
Mas só as tormentas eram enxergadas
Daqueles que viriam por se afogar
Ao começo de um novo dia
Mas se isso importa
Tampouco cabe a dizer
Somente que o mar
Não verá um dia a nascer
sábado, 24 de janeiro de 2015
Frau
Você sente medo
mas agora está aí, pode ver?
Por quê esconder o que sente?
Dor, raiva, apreensão?
Fingir não torna-os menos reais
Por uma noite de insônia
Convido vocês, em um quarto escuro
Por um momento de silêncio
Liberdade e Sinceridade
Então veja como se tornas belo
E como se faz real
mas agora está aí, pode ver?
Por quê esconder o que sente?
Dor, raiva, apreensão?
Fingir não torna-os menos reais
Por uma noite de insônia
Convido vocês, em um quarto escuro
Por um momento de silêncio
Liberdade e Sinceridade
Então veja como se tornas belo
E como se faz real
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