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segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Aquele malandro Otávio

1° Parte 

 Era uma vez um tal de um homem que não sabia atirar, vivia, pois meu caro, a irreverência do acaso! Óh, Otávio, acho que era assim que o chamavam.
 

  Já faz tempo desde daquela que o vira passar por entre as portas da velha padaria do Seu Tonho, e, malandro como sempre, este Otávio de outrora pedia os seus 4 cacetinhos para ter de levar algo a família. Morava ele e a mãe, faz tempos que não a vejo, suponho que tenhas falecido em todo esse tempo que já passou, se não me engano o pai fora fazer a guerra ao Regime do A.I.5, ou será que fora Vargas? Não me lembro mais, não me lembro mais... esses de hoje já me são tão parecidos! Mas não devo divagar! Não, não, continuemos a história. Certa feita a situação complicara para Otávio, sim, sim, ele crescera! O mundo mostrou-lhe a verdadeira face ao atingir-lhe, aos seus 16 anos, quando a mãe confessou que já não havia mais como continuar a trabalhar, a catarata devastou o que outrora foram lindos olhos verdes, agora tomados por um carregado triste cinza-azulado. Com o risco de faltar comida em casa, ah! O jovem Otávio largara a escola municipal, que já me disseram haver uma tal de diretora doida, Beatriz Estrange... algo assim, e adivinha só! Extraviava por debaixo das mangas o capital que supostamente deveria servir para reformar a biblioteca! Oras cá pra nós dois, sejamos sinceros, não se ensinam gatos a latir! Que moleque iria se enfiar naquele furdunço, se não para dar um tapa? Deixa disso companheiro!

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