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sábado, 4 de setembro de 2010

Nome aos bois

 Há algum tempo tenho reparado em um fenômeno nas nossas interações sociais. Pude observar de perto os meus amigos começando a entrar nessa onda de namoro, porém é digno de nota dizer que nenhum deles tem grande experiência nisso, muito menos eu, e reparei em como ocorre essa relação dos dois enamorados. Em primeiro lugar vão achar que realmente estão se amando, pela primeira vez na vida, e tudo que houve antes era qualquer coisa menor que o amor, em segundo vão começar a pensar que realmente vão ficar juntos pela vida inteira, chegando até a falar em casamento e filhos. A partir de um certo ponto os dois vão estar tão "super-confiantes" que vão ver de forma reduzida as relações dos outros que já não dão tão certo como a deles, ou até mesmo se encontrarem um amigo que esteja numa dessas paixões "platônicas" vão chamar de obsessão.
 O engraçado é que após um tempo, talvez uns 7 meses, o casal irá começar a ter os mesmos problemas que todos tem, e irão começar a pensar que as coisas não eram tão doces como pensavam, e no final irão se separar e cada um partirá para o seu grupo de amigos tentando ser consolado até que após ter várias crises de ideologia, que vai fazer com que pensem que o amor não existe, vão começar o mesmo processo de paixonite só para passar o tempo.
 Sabe, o grande problema do mundo é que somos muito exagerados, assim como eu fui nesse texto, costumamos só enxergar a nós mesmo ou só enxergar os outros, uma relação de desprezo e obsessão que nunca buscamos o equilíbrio, se pudermos ouvir o que nós pensamos e o que os outros falam, pela própria dialética irá ocorrer uma síntese dos argumentos, e então realmente estaremos crescendo. Um exemplo disso é o antigo filósofo Sócrates que percebeu que para ser menos burro teria que assumir que realmente não sabia de nada, se permitindo apreender o que o mundo tinha, e ainda tem, a oferecer. Se passarmos mais tempo criando vínculos com o que existe na vida estaríamos conseguindo novas amizades, aprendendo mais coisas e sempre estaríamos evoluindo. Se fizéssemos isso não estaríamos pensando em suicídio ou falando que a vida é uma merda. Percebam que o problema é que recusamos as coisas antes de conhecer, o medo do novo.

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